domingo, 13 de dezembro de 2015

Me apaixonei por um poeta
De novo

Existe em mim certa fascinação por poetas Mortos...
Venero o sentimento do pós vida

Há algo mágico sobre o poder das palavras
O meu amor morreu mas seus sentimentos transcenderam qualquer tempo...

Ele me deixou poesias
Que vagam atravessando qualquer barreira do sobrenatural
Fazem-se verdade na minha realidade

À minha religião, as palavras.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Ter

Ele me esperou na estação como quem não espera nada... Era um dia como esse, o sol insistia em derreter todo resto de mim, e enquanto minhas pernas caminhavam em direção à saída do trem, meu coração palpitava num solene ritmo... Estava chegando a hora.
Era hora de consumar minha então partida, hora de chegar... Pisei nas escadas, ajeitei os óculos e sequei a gota de suor que parecia se formar na testa. Enfim, cheguei.
Seus olhos, naquele momento,  fizeram noite, e o brilho deles se comparava com o de mil estrelas... Aquela íris cor de mel era minha pequena galáxia.
Como descrever, com palavras terrenas, o que eu era capaz de sentir quando minhas saudades passavam por tamanha metamorfose ? Agora aquilo tudo era desejo, era desespero... era uma vontade avassaladora de tê-lo pra mim. E não era preciso tocá-lo para saber que o tinha... Apenas tinha - e que esse ''apenas'' não signifique pouco, e sim a plenitude de simplesmente ter.
E existe algo mais humano do que ter ? Ter amor, ter fé, ter alguém ? Ter doença, ter medo, ter dor ? Eu o tinha... Tê-lo me fazia mais humana, fazia-me experimentar as mais profundas e intensas sensações.
Sensação de amar  belos cabelos desgrenhados, dentes separados e uma farda que se propunha a me esperar todos os sábados de manhã; e aquele não era uma amor de brincadeira, era um amor que não era o último, ou o primeiro, mas que soava como único. Era um amor de labor, de dedicação, e constante manutenção; não era um selvagem amor juvenil... nós nos amávamos pra valer.
Tive o prazer de um amor sem nome, sem rótulos, sem roupa. Tive o prazer de um amor com pressa, de um amor com fome, de um amor com laços... Mas nada se compara ao dia em que eu tive, sem complemento, um amor.
Porque ele me esperou na estação como quem não espera nada... E tivemos, então, tudo...

terça-feira, 21 de abril de 2015

Ele olhava para a televisão enquanto sua mente, como sempre, vagava em qualquer outro planeta que orbita por aí...

sexta-feira, 13 de março de 2015

Nunca esperei de qualquer amor, ou pseudo-amor, qualquer tipo de perfeição, nunca acreditei que fosse digna dela. Pensando bem, acredito que nunca esperei amor... Algumas pessoas são apenas destinadas a caminharem só... Por muito tempo acreditei ser uma dessas que vagueiam por aí sem história, sem motivos, sem ninguém.
Se um dia encontrei uma paixão, a perdi, se um dia encontrei a dor... Essa passou. Se um dia encontrei uma vida que me encantou, ela findou.
Fui desde sempre destinada a perdição, como quando se entra numa rua sem saída só para se certificar de que realmente não há um fim... E eu sempre me deparei com o fim. Porque nunca me importei com placas de aviso, eu pago é pra ver.
Eu caminhei sobre brasas e sobre nuvens, eu fui enviada ao quinto dos infernos, e ao terceiro céu... Eu conheci todos os cantos escuros da Terra, desbravei  então as mais brilhantes mentes.
Acreditei em um deus e em seguida em vinte. Me apaixonei pelo Messias e depois por Brahma.
Eu vivi sendo o maior paradoxo, a maior perdição, o maior erro de muitas pessoas...
E então eu me lembrei... Me lembrei de que desde sempre a infelicidade esteve de braços abertos pra mim com um grito que dizia: ''Minha, sempre minha''... E então, nos braços dela fui feliz.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Ele me olhava como quem vão queria estar ali e seus olhos simultaneamente percorriam cada centímetro do cômodo. ''Você está feliz?'' Ele finalmente indagou, mal sabia que eu também me perguntava aquilo naquele momento. Suas mãos elevaram o café até a boca, ele se inquietou na cadeira. Eu não tinha a resposta.
A manhã estava leve, parecia suspensa no ar, aparentemente, toda a tensão do mundo se concentrava naquele café-da-manhã pós pedido de casamento.
Eu o conheci numa noite clara, no verão dos meus vinte e três anos. Ele tinha belos olhos castanhos, sempre inclinava a cabeça pra trás durante uma boa gargalhada, e eu finalmente me apaixonei.
Aquele homem se levantou, tirou seu prato da mesa como sempre fazia e eu ainda não havia dito palavra alguma. ''Se lembra de quando compramos esse quadro ?'', e sim... Eu me lembrava. ''Você o quis muito, Mel, eu nunca entendi porquê''. Ele então deixou de olhar a moldura na parede, checou o relógio, me beijou a testa e saiu.
Era só um quadro com tons de laranja, eu apenas o quis, sem motivos, do jeito mais genuíno que se pode querer. Eu o quis sem hesitar... E então novamente comecei a pensar sobre meu querer, sobre felicidades e sobre todos os dilemas daquele momento.
Depois de três anos vivendo com alguém... Eu tive medo, queria me casar, mas a verdade é que eu nunca me imaginei assim, e todos os dias me encontrava em conflito entre o que me tornei e quem eu quis ser.
E então eu percebi que o escolheria ainda que ele não fosse uma opção, eu o escolheria em qualquer hipótese ou circunstância, eu escolheria porque eu o quis por mil e um motivos.
Quando finalmente tive minha resposta, tentei ligar e gritar o mais sonoro ''sim'' para todas as perguntas daquela manhã. Mas ele não atendeu como não atendeu nenhuma das ligações daquele dia.
Foi apenas quando a noite caiu, que obtive então minha resposta... que agora entre minha casa e a sua existe uma ponte de estrelas...

domingo, 9 de março de 2014

Aurora, estou apaixonado por você
Ô minha moça, minha menina
Estou louco pra te ter

Aurora, vamos deitar na grama
e ver as nuvens formarem forma
E nossos lábios formarem beijos

Aurora, pede pra minha nora
Preu ir na sua casa
Que eu quero a sua mão

Aurora, eu quero ser a razão
Do seu sorriso
Teus lábios finos são meu deleite

Aurora, que eu seja seu sol
E que você nasça comigo
Todas as manhãs.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Receita

Me escreva uma música
E me conte uma história
Que parta do coração
E que me traga emoção

Não me segure
Diga apenas pra eu me cuidar
E eu juro que cuidarei de você
Até o dia findar

Me beije um beijo lento
E ajeite os meus cabelos
Por mais que você goste deles
Daquele jeito

Me diga a verdade
E somente a verdade
Mesmo que me machuque
Depois me reconstrua

E no fim do dia
Eu serei sua, serei sua...