Nunca esperei de qualquer amor, ou pseudo-amor, qualquer tipo de perfeição, nunca acreditei que fosse digna dela. Pensando bem, acredito que nunca esperei amor... Algumas pessoas são apenas destinadas a caminharem só... Por muito tempo acreditei ser uma dessas que vagueiam por aí sem história, sem motivos, sem ninguém.
Se um dia encontrei uma paixão, a perdi, se um dia encontrei a dor... Essa passou. Se um dia encontrei uma vida que me encantou, ela findou.
Fui desde sempre destinada a perdição, como quando se entra numa rua sem saída só para se certificar de que realmente não há um fim... E eu sempre me deparei com o fim. Porque nunca me importei com placas de aviso, eu pago é pra ver.
Eu caminhei sobre brasas e sobre nuvens, eu fui enviada ao quinto dos infernos, e ao terceiro céu... Eu conheci todos os cantos escuros da Terra, desbravei então as mais brilhantes mentes.
Acreditei em um deus e em seguida em vinte. Me apaixonei pelo Messias e depois por Brahma.
Eu vivi sendo o maior paradoxo, a maior perdição, o maior erro de muitas pessoas...
E então eu me lembrei... Me lembrei de que desde sempre a infelicidade esteve de braços abertos pra mim com um grito que dizia: ''Minha, sempre minha''... E então, nos braços dela fui feliz.