Me escreva uma música
E me conte uma história
Que parta do coração
E que me traga emoção
Não me segure
Diga apenas pra eu me cuidar
E eu juro que cuidarei de você
Até o dia findar
Me beije um beijo lento
E ajeite os meus cabelos
Por mais que você goste deles
Daquele jeito
Me diga a verdade
E somente a verdade
Mesmo que me machuque
Depois me reconstrua
E no fim do dia
Eu serei sua, serei sua...
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Relato sobre quando o amor bateu em minha porta, e eu abri
Se tudo isso tivesse acontecido ontem ou hoje, eu saberia
exatamente como agir... mas fora a tanto tempo atrás; tínhamos terror nos
olhos.
Estávamos jogados na grama, minha mão estava suja, seus joelhos ralados,
procurávamos alguma coisa, não me lembro ao certo o que, seu sorriso era
arrebatador e eu jamais poderia me esquecer.
_É hora de entrar – ela gritou
Você não hesitou em momento algum, apenas se levantou prontamente, fez um gesto
tímido de adeus, e simplesmente foi.
Treze anos depois, você estava em minha porta, com uma sobrancelha arqueada, em
busca de uma resposta que eu jamais poderia lhe dar. Meu maior sintoma era
confusão. Você gaguejava, e o meu sorriso se abria a cada palavra que saía da
sua boca, sem ao menos me pedir permissão. Minhas mãos estavam suadas e eu não
me sentia tão nervosa assim desde o vestibular.
Eu não entendia nada sobre o amor, sobre o que queria ou sobre quem éramos.
Trinta anos se passaram desde a última vez que lhe vi.
Tinha te dito pra ficar, você ficou, ficamos... mas não lhe segurei caso
quisesse ir embora, você quis.
Eu não lhe agarrei ou pedi pra voltar, aquele não era o amor que eu havia
conhecido. O amor que eu assisti era puro e simples, existia sem motivo,
simplesmente estava ali, não era o único mas era o centro de tudo. Vi meus pais
se amarem dias pós dia até que a vida lhes deu um basta, eu vi suas mãos
enrugadas afagarem-na os cabelos até que já não houvesse mais vida em seus
pulmões. Eu pude assistir o sentimento mais bonito do mundo, e acreditar que
ele era incondicional.
Não lhe culpo, acho que nenhum de nós teve culpa. Eu escrevia sobre o amor;
você apenas sentia. Eu sonhava com um mundo melhor; você a cada batida do
coração, o fazia perfeito. Eu desejava a vida toda; a felicidade sempre lhe
bastou.
Hoje, eu teria lutado, eu jamais teria te deixado ir, eu teria segurado sua mão
e lhe dito todos os segredos que guardo em mim. Eu demorei pra perceber que o amor não
pode ser tabelado, o amor era aquilo que exalava em nós.
O amor estava na firmeza que você costumava segurar minha mão, estava no
sorriso que me dava ao acordar. O amor estava no cuidado que você tinha ao
fechar um vestido apertado. O amor costumava estar em todas as vezes que você
me perguntava sobre como foi na faculdade; estava em todas as vezes que me
ofereci pra lavar seu carro; estava na paciência de sair tarde da noite para
procurar uma farmácia de plantão. O amor estava em nós, nós éramos o amor, nós
éramos tudo.
Não sei onde você está hoje, não sei com quem está, tampouco se está. Mas se fosse me dada uma última
oportunidade, eu a aproveitaria só pra poder no mínimo, te ver, e sentir o amor
que você esbanjava até na voz.
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